terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Tudo é criado pela mente!


Há muito tempo, na Coréia, um famoso mestre Zen chamado Dae Oh Sunim viajou até o templo de Hae In Sah para realizar uma preleção sobre o sutra Hua Yen. Concluiu os ensinamentos da semana afirmando: “Durante quarenta e nove anos, Buda ensinou apenas isso: ‘Todas as coisas são criadas pela mente’.”

Depois da palestra houve muitas perguntas e respostas. A certa altura um jovem monge ergueu-se e perguntou: “Dizes que todas as coisas são criadas pela mente. A minha pergunta é: de onde vem a mente?” Dae Oh Sunim ficou absolutamente sem palavras e não conseguiu responder.

Compreendes? Se não, vai perguntar a uma árvore. Ela responderá por ti.

(“Zen, o Caminho da Verdade”, 7 Hill, pág. 56)

Zen Paintings by sadmonk

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aproveite o piquenique


A lenha se transforma em cinza.
A cinza não se transforma em lenha novamente.
Mas não devemos pensar que a cinza é depois e que a lenha é antes.
Saiba que a lenha tem a sua posição no dharma, de lenha, e assim, sendo lenha tem seu passado e seu futuro.
Embora tenha passado e futuro, atravessa passado e futuro.
A cinza está em sua posição do dharma de cinza e tem seu passado e futuro.

Assim como a lenha, depois de se tornar cinza, não volta a ser lenha novamente, da mesma maneira uma pessoa, após a morte, não volta à vida.
Por isso não dizemos que a vida se transforma em morte.


Este é o caminho estabelecido do Dharma de Buda.
Por esta razão é chamado de não nascido.
A morte não se torna vida.
Este é o estabelecido girar da roda do Dharma de Buda.
Por esta razão é chamado de não morto.
A vida tem o seu próprio tempo: começo, meio e fim.
A morte tem o seu próprio tempo: começo, meio e fim.
Por exemplo, é como inverno e primavera.
Não pensamos que o inverno se torna primavera.
Não dizemos que a primavera se transformou em verão.


(Shobogenzo Genjokoan de Mestre Eihei Dogen -1200-1253)


"A vida é como um piquenique em uma tarde de domingo... ela não dura muito tempo. Só olhar o sol, sentir o perfume das flores ou respirar o ar puro já é uma alegria.

Chagdud Tulku Rinpoche, em " Portões da Prática Budista.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meditação contra depressão



DIÁRIO DA SAÚDE 13/12/2010

Meditação é tão eficaz quanto antidepressivos contra recaída da depressão


Meditação versus antidepressivos

Cientistas do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, constataram que a terapia cognitiva baseada na meditação da mente alerta oferece o mesmo nível de proteção contra a recaída da depressão que a medicação antidepressiva tradicional.

O estudo, publicado na edição atual do Archives of General Psychiatry, comparou a eficácia da farmacoterapia com a meditação da mente alerta, estudando pessoas que foram inicialmente tratadas com antidepressivos e, em seguida, ou pararam de tomar a medicação a fim de praticar a meditação, ou continuaram a tomar medicação por 18 meses.

"Os dados disponíveis sugerem que muitos pacientes deprimidos param com a medicação antidepressiva muito cedo, seja por causa dos efeitos colaterais, seja por não quererem ficar tomando o medicamento durante anos," diz o Dr. Zindel Segal, coordenador do estudo.

Controle das emoções

A terapia cognitiva baseada na meditação é uma abordagem não-farmacológica que ensina habilidades no controle das emoções, de forma que os pacientes possam monitorar possíveis desencadeadores das recaídas, bem como adotar mudanças no estilo de vida que ajudem a manter um humor mais equilibrado.

Os participantes do estudo que foram diagnosticados com transtorno depressivo grave foram todos tratados com antidepressivos até a diminuição dos sintomas.

Eles foram então aleatoriamente designados para deixar a medicação e começar a aprender a técnica de meditação, deixar a medicação e receber um placebo, ou continuar com a medicação.

Essa proposta inovadora de pesquisa permite comparar a eficácia de prosseguir o tratamento farmacológico com um tratamento psicológico, em relação à manutenção do mesmo tratamento - antidepressivos - ao longo do tempo.

Os participantes escalados para a terapia com meditação participaram de 8 sessões semanais em grupo e se comprometiam a praticar diariamente em casa - uma espécie de dever de casa.

Foram realizadas avaliações clínicas a intervalos regulares em todos os participantes durante um período de 18 meses.

Recaída da depressão

As taxas de recaída para os pacientes no grupo da meditação foram as mesmas registradas entre os pacientes que continuaram recebendo antidepressivos - ambos na faixa de 30%.

Mas os pacientes que receberam placebo recaíram em uma taxa significativamente mais elevada - 70%.

"As implicações reais destes resultados é que eles confrontam diretamente a linha de frente dos tratamentos atuais da depressão. Para esse grupo considerável de pacientes que estão relutantes ou incapazes de tolerar o tratamento antidepressivo de manutenção, a meditação oferece o mesmo nível de proteção contra a recaída," disse o Dr. Segal.

Fonte

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sutra do Coração - Francisco Casaverde



Parece contraditório, mas o zen, a prática do silêncio e do vazio tem como texto principal o Maka Hannya Haramita Shingyo (Sutra do Coração). Algo como 600 volumes! O que é que tanto se fala do que está muito além da compreensão intelectual? Bem, há uma versão resumida, o cerne, que também pode ser chamada de Sutra da Digestão. É desse pequeno texto de uma página que trata esse videoclipe. Com afirmações que hoje poderiam ser confundidas com a física quântica como "forma nada mais é do que vazio, vazio nada mais é do que forma", ou ainda, "sem medo não há obstáculos, e sem obstáculos, pode-se viver a felicidade além do tempo".

Realizado a partir da versão musical do CD Cânticos Budistas (link), o videoclipe foi produzido em três dias no Templo Pico de Raios em Ouro Preto e arredores, entre amigos e num clima de muita alegria.

sábado, 11 de dezembro de 2010

No caminho de Buda


O Caminho de Buda é idealismo, é acreditar em Liberdade. É ser simplesmente o que se é, sem nada faltar nem se exceder, estar apto a reconhecer o mais adequado na especificidade das complexas situações emotivas da vida. É ter gratidão por estar vivo e disposição para servir à realidade, perfeita e sem fim. É aprender a viver - vivendo - e aprender a morrer. Morrer para as pequenezas, para as diferenciações, conceituações. Aceitar o que cada momento tem a oferecer - como nutrir-nos de todos os ingredientes de nossa vida.

Pedro Krauss. (praticante zen budista, sangha de monja Coen Sensei).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Monja Coen Sensei



Trechos da entrevista com Monja Coen. Documentário EU MAIOR, sobre autoconhecimento e busca da felicidade.

Monja Coen Sensei é missionária oficial da tradição Soto Shu de Zen Budismo. Foi ordenada monja em 1983. Após viver 12 anos no Japão, retornou ao Brasil para liderar, durante 6 anos, as atividades no Templo Busshinji, sede da tradição Soto Shu na América do Sul. Participa de diversas atividades públicas, incluindo encontros inter-religiosos, buscando promover o princípio da não violência e uma cultura de paz. Monja Coen tem dois livros publicados com grande sucesso editorial: “Viva Zen”, e “Sempre Zen: Aprender, Ensinar e Ser”.

Para mais informações, visite www.monjacoen.com.br.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Não tente ser feliz. Pare de sofrer"

A atriz Fernanda Lima é adepta a prática de meditação


Meditação ganha seguidores interessados em saúde e alívio para estresse


Prática nos faz entender fatores do sofrimento, em vez tentar supri-lo ou evitá-lo

O ímpeto de buscar a felicidade, atrelando-a a prazeres, cria expectativas desproporcionais. Se eu comprar um carro novo, serei feliz, ou se eu passar no vestibular, minha felicidade estará garantida, pensamos.

— Isso gera um constante estado de perturbação mental. Sempre estamos jogando para o futuro situações que não dependem só de nós. Dependem de eventos, de outras pessoas, gerando uma condição de estresse, já que não temos controle sobre esse tipo de acontecimento — afirma o engenheiro Régis Guimarães.

Aos 71 anos, ele é um dos criadores da Sociedade Vipassana de Meditação, grupo não religioso e sem fins lucrativos que se dedica à prática e aos ensinamentos dessa técnica de meditação de matriz budista. Segundo ele, todos podem, por meio do conhecimento de si mesmos, mitigar a dor e a frustração.

— A meditação nos faz entender os fatores do sofrimento, em vez tentar supri-lo ou evitá-lo. Um resumo seria: "Não tente ser feliz. Pare de sofrer". A felicidade é decorrente, surge quando você elimina o sofrimento — explica Régis, praticante da vipassana desde 1985.

Apesar dos seus milhares de anos de história, a meditação ainda padece, em grande parte do Ocidente, de uma aura de misticismo que impede muitos de a conhecerem mais profundamente. Entretanto, os benefícios visíveis já despertam a atenção da comunidade científica brasileira. Mais ainda, membros dela, que já colocam a meditação como prática constante, se valem dos seus conhecimentos acadêmicos para "legitimar" a prática fora do âmbito religioso.

— A razão de eu ter me interessado pela meditação é que, como médico, procuro o melhor para os meus pacientes. Nesses 43 anos de profissão, garanto: nada é mais poderoso no sentido de recuperar e de manter a saúde do que a meditação — diz o médico Carlos Eduardo Tosta da Silva, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Prática sob análise científica

Ele foi orientador da primeira dissertação de mestrado que pôs a meditação prânica sob análise científica no mundo, apresentada mês passado na universidade pelo biólogo César Augustus Fernandes da Silva.

— Como vimos que ela trazia benefícios para os praticantes, resolvemos submeter a meditação prânica à metodologia científica para entender esses efeitos e os mecanismos envolvidos — lembra César.

A análise, que durou 10 semanas, envolveu voluntários saudáveis em um curso de meditação prânica, com aulas semanais de três horas de duração e prática diária em casa. Orientador e aluno avaliaram o nível das células do sistema imunológico que participam da regulação e da manutenção da saúde, assim como o comportamento de hormônios envolvidos em situações de estresse.

— Os resultados mostraram que a meditação prânica foi capaz de aumentar a atividade dos fagócitos, células que captam agentes infecciosos, ingerem-nos e os digerem, produzindo radicais microbicidas. Além disso, os hormônios estudados, abundantes no estresse, tiveram seus níveis reduzidos — completa o médico.

Fortalecendo o cérebro

Régis Guimarães, da Sociedade Vipassana, relaciona a decisão de se iniciar uma experiência meditativa com a entrada em uma academia. Quando alguém percebe que o físico necessita melhorar, se vale de exercícios para fortalecê-lo. A meditação faz isso com o cérebro, fazendo com que ele possa se antecipar aos impulsos ao garantir uma melhor observação da realidade.

— A meditação tem a função básica de trazer o indivíduo para um estado de tranquilidade. Você tem que baixar o nível de seu sistema hormonal. A partir desse estado, abre uma janelinha do seu interior.

Antever os acontecimentos não tem nada a ver com previsão de futuro. Régis explica que o cérebro é dividido em três partes: o córtex, que controla o lado mais racional do ser humano; o límbico, mais voltado para o emocional; e o reptiliano, que tem controle sobre as ações involuntárias. Essas últimas, tais como o batimento cardíaco ou o piscar dos olhos, são as mais primitivas e também podem ser relacionadas ao estado de vigília constante contra os perigos.

— Todo nosso processo de sobrevivência é comandado pelo reptiliano, que tem que ser rápido. E, por sermos seres reativos, mesmo as decisões conscientes serão reações aos nossos valores, quando defendemos nosso próprio eu.

O engenheiro afirma que a meditação exerce poder sobre o consciente para que ele possa perceber essas reações antes de serem postas em prática — dessa forma, ninguém toma decisões impensadas.

— Essa é a beleza da meditação: criar as condições para que você perceba, cada vez mais cedo, a origem do sinal.

Fonte

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Somos o Ser


“Ainda não compreenderam que nosso eu é apenas um objeto de nossa percepção, e que se ele pode ser percebido, não pode ser quem está percebendo? Logo, ele não pode ser o que somos. E, portanto, o que na realidade somos está além disso que chamamos de “eu”. Não somos o eu; somos o Ser”.

Wei Wu Wei.

(published in the face by Marcos Vinícius)

domingo, 28 de novembro de 2010

Esteja Aqui e Agora



Quando sentar para meditar, desligue o celular.

Postado originalmente no face... por Monge Ryozan.

sábado, 27 de novembro de 2010

O som da chuva


“Qualquer livro pode servir para o estudo do Zen. Você pode usar o dicionário ou ‘Alice no país das maravilhas’... até a Bíblia. Não há por que se dar ao trabalho de traduzir nossos antigos textos chineses de Zen – não se você leva consigo a compreensão real do Zen. O som da chuva não requer tradução.”

Marimoto.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Para quedas de Buda


É inevitável o trocadilho: para-quedas de Buda e para quedas de Buda. No primeiro caso, estamos falando do para-quedas, aquilo que faz parar a queda quando saltamos de um avião. Eu nunca saltei. Minha filha e minha neta saltaram. Ambas sentiram a mesma coisa.

A analogia com os ensinamentos de Buda é inevitável. Às vezes, somos empurrados ao desconhecido. Como se nos puxassem o tapete. Ouvimos o barulho constante de nossos conflitos e incertezas, rancores e temores, como o grande zumbido do vento a 300 km/h. Quando abrimos os ensinamentos de Buda, entramos na paz de nirvana. É refugiar-se, abrigar-se no ser iluminado.

Claro que antes também nos sentíamos nas mãos suaves do vento, protegidos. E não percebíamos que estávamos caindo em alta velocidade. Sem para-quedas, iríamos nos esborrachar no chão. Os ensinamentos se tornam nossa segurança para um pouso certeiro, tranquilo, feliz.

Monja Coen
Extraído do texto “Para quedas de Buda” da Revista da Hora de 20 de junho de 2004

(publicado no facebook por monge Ryozan)

sábado, 20 de novembro de 2010

Uma Coisa de Cada Vez: Uma Experiência com a Consciência


Uma forma incrível de integrar a prática de meditação e da percepção em nossas vidas diárias é fazer uma coisa de cada vez. Entregar-se de forma integral ao que estiver fazendo no momento. Concentrando-se em um única tarefa. Quando estiver dirigindo, não escutar o rádio. Quando estiver escutando música, não ler ou comer. Ao comer, não assistir à televisão nem ler. Ao assistir televisão, não comer ou ler. Quando estiver andando, sentir o solo sob os pés. Ao comer sinta aquilo o que come e entre por inteiro em contato com as sensações e motivação que condicionam e dirigem o processo. Estar atento ao comer da mesma forma como se fica atento ao andar ou respirar. Respirar uma inspiração de cada vez, dar um passo de cada vez, uma mordida por vez. Vivenciar de maneira plena "apenas isto", o momento tal como ele é.

Há uma história de dois monges zen que se encontraram à beira de um rio. Eles logo verificaram que eram de monastérios vizinhos, e cada um mostra curiosidade quanto à natureza do mestre do outro. Um dos monges diz: "Meu mestre é o maior de todos. Ele pode voar, pode caminhar sobre a água, pode ficar sem respirar por vinte minutos!" O outro balança a cabeça lentamente e sorri, dizendo: "Oh, seu mestre é de fato notável. Mas o meu é ainda mais: quando ele anda, ele apenas anda. Quando ele fala, ele apenas fala. Quando ele come, ele apenas come". Um dos mestre tinha "poderes" mas o outro tinha poder. Os poderes são desejados somente por aquela parte de nosso interior que se sente impotente. Considerando o tamanho respeitável do labirinto do ego, para a maioria, "os poderes" são armadilhas. Extraordinário mesmo é estar presente em nossas vidas, capazes de nos abrirmos para o momento, acumulando compaixão e percepção como preciosidades.

Certa manhã, um amigo nosso, mestre Zen, sentado à mesa do desjejum, lia o jornal enquanto comia. Um de seus discípulo, conhecendo a técnica de uma coisa de cada vez, zombou: "Você está comendo e lendo! Como pode estar atento a uma coisa só?!!". Ao que o esperto e prático mestre retrucou: "Quando eu como e leio eu só como e leio". Vá com calma. Se você tiver crianças em casa, pode ser quase impossível fazer uma coisa de cada vez. Neste caso, faça apenas seis coisas de cada vez. Ou, como disse uma mãe ao verificar que a prática seria bastante difícil para ela: "Minha agenda é uma bagunça. Acho que é dia do ventre".

Fazer uma coisa por vez nos ajuda a recordar. Quando você estiver lavando os pratos, ou dirigindo para o trabalho, trocando a roupa do bebê, cavando uma trincheira, cozinhando, fazendo amor, pensando alguns pensamentos, seja o que for, cuide da tarefa em pauta. Vivencie, a cada instante, o corpo, a respiração, os mutáveis estados mentais. Viva "apenas isto" de cada vez.

Se "apenas isto" não for o bastante, nada será o bastante. Cuidar deste "apenas isto" é viver de maneira plena e feliz.

Meditações Dirigidas, Stephen Levine.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Zen verdadeiro...


‎Zen Paintings by sadmonk

"O caminho para estudar o zen verdadeiro não é verbal. Abra-se e desista de tudo. O que quer que aconteça, estude com rigor e veja o que você descobre... Essa é a atitude fundamental." (Shunryu Suzuki)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O rio simplesmente corre


Sempre que o budismo se estabelece em uma nova terra verifica-se uma certa variação no estilo em que é seguido. O próprio Buda ensinou de maneiras diferentes de acordo com o lugar, a ocasião e a situação daqueles que o escutavam.

Do livro Palavras de Sabedoria, Dalai Lama.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Encontre sua verdadeira "Natureza Selvagem"



"E agora, depois de dois anos errando, vem a última e maior aventura. A batalha culminante para matar o falso ser interior e concluir com vitória a revolução espiritual"

"Sem continuar a ser envenenado pela civilização, ele foge e caminha solitário pelo mundo para se perder em meio à natureza"


"Se admitirmos que a vida humana pode ser regida pela razão, está destruída a possibilidade de vida"


"Mas está errado em pensar que a alegria da vida tem sua principal fonte nas relações humanas."


"Por um instante, ela redescobriu o propósito de sua vida. Estava aqui pra compreender o sentido de seu encanto selvagem e para chamar cada coisa pelo seu nome correto"


"A felicidade só é de verdade quando compartilhada"


"Se eu estivesse sorrindo e correndo para seus braços? Vocês então veriam o que eu vejo agora?"

Frases extraídas do livro Na Natureza Selvagem que inspirou o filme de mesmo título.


"Há um tal prazer nos bosques inexplorados;
Há uma tal beleza na solitária praia;
Há uma sociedade que ninguém invade,
Perto ao mar profundo e da música do seu bramir:
Não que eu ame menos o homem, mas amo mais a Natureza..." Lord Byron

domingo, 31 de outubro de 2010

Somos livres para escolher, mas prisioneiros das consequências


Você só precisa ter forças para derrubar 1 dominó nos próximos 30 segundos. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Porque quando o primeiro dominó é derrubado, ele se encarrega de derrubar o segundo, que se encarrega de derrubar o terceiro, que se encarrega de derrubar o quarto, que se encarrega... de criar os resultados da sua vida. E, dentro de algum tempo, as pessoas olharão para você e sua vida e dirão: quanta sorte ele, ou ela tem, como é brilhante, veja suas realizações, deve haver algo de especial nessa pessoa.

Aqueles que te observam dirão isso de você, ou de seu departamento, ou de sua empresa, ou de sua família, ou de seu casamento (idealmente, de todas essas áreas), mas você sabe que tudo o que fez foi derrubar meia dúzia de dominós certos. Foram os dominós que fizeram o trabalho para você.

Basta escolher um dominó, uma decisão, por dia e as estatísticas começam a trabalhar para você. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Você decide começar a fumar. Uma decisão. Um dominó. Os dominós começam a derrubar outros e você já tem sua vida reduzida em 10 anos, suas chances de ter uma morte dolorosa disparam, você repelirá potenciais amores, seus dentes amarelarão.... e cada uma dessas ações provocará outras mudanças na vida. Claro que estou me prendendo aos números médios, não aos dominós imprevisíveis que sempre existem. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Você decide ler um livro sobre um assunto qualquer. Aqueles conhecimentos são vários dominós, que irão influenciar suas posições e decisões por muitos anos, que por sua vez derrubarão outros dominós... tornando você uma pessoa completamente diferente.

Você vai a uma palestra, troca um cartão, e isso pode influenciar a próxima década de vida. Você decide convidar seu filho para uma exposição, e a vida dele pode mudar para sempre. No momento em que você decidiu ler este texto, você derrubou um dominó. Cada edição que você lê, pode derrubar outros dominós, mas seu dominó mais importante foi a primeira decisão. Convidar outra pessoa, para ler este texto, é derrubar um dominó para ela. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Todas as pequenas decisões que você toma são dominós. Mesmo que imperceptíveis, no momento em que são tomadas, tais decisões ganham força imperiosa com o passar dos anos. Sem mágica, somente com matemática.

Por isso, empresas praticamente iguais em certo momento, se tornam diferentes no curso do tempo. Algumas falindo, outras crescendo. Por isso, pessoas praticamente iguais, quando crianças, se tornam adultos radicalmente diferentes. Por isso a vida das pessoas têm uma biografia tão variada. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Assistir um programa de televisão é derrubar um dominó. Não assistir, também é. Assinar uma revista é derrubar um dominó. Cancelar uma assinatura também é. Namorar, ou casar, com uma pessoa é derrubar um dominó. Não namorar, ou casar com ela, também é. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Torrar seu dinheiro em jogo, é um dominó. Resolver não gastá-lo assim, e pagar um curso, também é. Votar em um candidato é um dominó. Não votar nele, ou nela, também é um dominó.

Você não pode decidir o final de sua vida, mas pode decidir o começo. E o começo, não importa sua idade, é hoje, agora... nos próximos 30 segundos. Escolha seu próximo dominó agora, e derrube-o.

Aldo Novak

Filme Vitus (Suiça 2006)



Vitus (Fabrizio Borsani) é um menino com dotes muito acima da média, especialmente no que se refere a matemática e a música.Tem extrema habilidade em aprender tudo a que se propõe. Em contrapartida, também possui muitos problemas de relacionamento, porque encontra dificuldades em casa e na escola. Seu pai está sempre ausente porque é viciado em trabalho. Sua mãe (Julika Jenkins) se empenha em desenvolver ao máximo a capacidade de Vitus, se torna obsessiva, nutre expectativas em relação ao futuro promissor do filho, como um pianista de sucesso.

Vitus que tem apenas seis anos e muitas responsabilidades e cobranças. Pratica diária e exaustivamente ao piano. Não tem amigos ou vida social. Ele é refém das expectativas alheias. Seu único consolo é visitar o avô (Bruno Ganz), um homem simples, marceneiro, que tem paixão por aviação e que o trata como uma criança normal. O único alívio de Vitus é passar os finais de semana com esse avô, porque juntos podem sonhar e construir aeroplanos.

Uma rara produção suíça que assiste neste final de semana no cine Paradigma aqui em Floripa, o filme dirigido por Fredi M. Murer, enfatiza a necessidade de tomar-se as rédeas da própria vida e da importância do respeito ao que se é. Um dia, aos doze anos, ele sofre um acidente e perde a consciência. Nessa fase, Vitus é interpretado por Theo Gheorgiu (um prodígio na vida real). Quando volta a si, Vitus se mostra um menino como qualquer outro, sem nenhum traço de genialidade. Aparentemente Vitus não possui mais as qualidades que o diferenciavam dos outros meninos da sua idade, e isso gera na mãe um estado depressivo e melancólico.

O filme é interessante porque faz refletir sobre relações familiares, sonhos, superação e crescimento. É a história de um menino prodígio tentando ser um menino normal. A trilha sonora dispensa comentários, a sequência da orquestra é excepcional e foi gravada durante um concerto. Um bom motivo para o espectador concluir que ninguém pode corresponder as expectativas alheias, já que todos tem seus próprios anseios.

sábado, 30 de outubro de 2010

Paz a cada passo


Trecho do livro "Paz a cada passo"

"Se você for poeta, verá nitidamente uma nuvem nesta folha passeando nesta folha de papel. Sem a nuvem, não há chuva. Sem a chuva, as árvores não crescem. Sem as árvores, não se pode produzir papel. A nuvem é essencial para a existência do papel. Se a nuvem não está aqui, a folha de papel também não está. Portanto, podemos dizer que a nuvem e o papel "intersão". "Interser" é uma palavra que ainda não se encontra no dicionário, mas se combinarmos o radical "inter" com o verbo "ser", teremos um novo verbo: interser".

"Se examinarmos esta folha com maior profundidade, poderemos ver nela o sol. Sem o sol, não há floresta. Na verdade, sem o sol não há vida. Sabemos, assim, que o sol também está na folha de papel. O sol e o papel intersão. E se prosseguirmos em nosso exame, veremos o lenhador que cortou a árvore e a levou à fábrica para ser transformada em papel. E vemos o trigo. Sabemos que o lenhador não pode existir sem seu pão de todo o dia. Portanto, o trigo que se transforma em pão também está nesta folha de papel. O pai e a mãe do lenhador também estão aqui. Quando olhamos dessa forma, veremos que sem todas essas coisas, esta folha de papel não teria condições de existir".

"Por mais fina que esta folha seja, tudo o que há no universo está nela".


FICHA BIBLIOGRÁFICA
Autor: mestre Nhat Hanh, Thich
Paz a cada passo: como manter a mente desperta em seu dia-a-dia
Tradução de Waldéa Barcellos, prefácio de Dalai Lama
Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1993
Coleção Arco do Tempo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Por que meditar?


Diz-se que a meditação pode trazer benefícios físicos e mentais a quem a pratica com regularidade. Segundo estudos médicos, os seus benefícios variam entre o desenvolvimento da capacidade de concentração e de raciocínio a melhorias na atividade do sistema imunológico, a alívio de insônias e problemas relacionados com pressão alta e curas emocionais. Os praticantes Zen não deixam, porém, de contrair doenças, de sofrer, de morrer. A meditação não é um meio para se alcançar a imortalidade física ou para se libertar das leis da natureza.

Somos o que pensamos.
Tudo o que somos provém
dos nossos pensamentos.
Com os pensamentos
Fazemos o mundo.
(do Dhammapada)

Ver as coisas como elas são, incluindo nós mesmos, é o principal motivo que leva os praticantes Zen a meditarem. De um modo geral, não nos damos conta da relação entre os padrões habituais da nossa atividade mental e o sofrimento que eles causam a nós e aos outros. A observação consistente da mente, durante a meditação e ao longo do dia, revela-nos que grande parte do nosso tempo é despendido a correr atrás de certas coisas e circunstâncias e a rejeitar outras. Damo-nos conta que dependemos uma parte considerável do nosso tempo e da nossa energia a reciclar prazeres e agravos do passado, ou ocupados em como podiam ou deviam melhorar as coisas no futuro, comparando constantemente pessoas e coisas, encarando-as segundo categorias dualistas como bem e mal, desejável e indesejável, certo e errado, culpado e inocente, amigo e inimigo, etc.

Ao meditarmos, passamos a ver com maior clareza os nossos preconceitos e apegos, e isto faz com que procuremos aperfeiçoar o nosso caráter. A observação simples, honesta, não verbal, dos nossos processos mentais e emocionais produz de fato uma mudança no modo de como encaramos as situações e as pessoas que encontramos. O efeito final é uma aproximação à vida que se manifesta em atitudes de não rejeição e de não apego, de não distorção da verdade, de obtenção do excesso de satisfação de desejos e de não cedência ao auto-engano. Esta maneira de viver manifesta-se quer num plano pessoal quer num plano social, e decorre mais de uma profunda compreensão interior do que de um ato de vontade. Como consequência, tornamo-nos menos propensos, por exemplo, a tirar proveito egoísta da natureza ou do próximo, a voltar as costas à vida por ingestão de químicos ou de drogas, a fechar os olhos às necessidades dos outros e aos efeitos das nossas vidas no meio ambiente.

Uma prática contínua de plena atenção ao longo de muitos anos pode dar origem a experiências de profunda compreensão interior que transformam a visão que temos de nós mesmos, ao ponto de podermos ver que o eu a que estivemos ligados prazenteiramente ao longo da nossa vida mais não é do que uma miragem auto-construída. É como se descascássemos uma cebola. Os falsos pensamentos são removidos, camada após camada, até deixarmos de ver não só um eu dissimulado e ilusório, mas também um eu desnudado. Aspiras a descobrires o teu eu, mas acabas por descobrir que não há nada a descobrir.

Em termos mais concretos, praticar meditação faz diminuir gradualmente a errância dos teus pensamentos até experimentares um estado de “não-mente”. Perceberás naturalmente que a tua vida no passado foi construída sobre um acumular de noções errôneas e confusas que não são o teu verdadeiro eu. O teu verdadeiro eu é um que é inseparável de todos os outros. A existência objetivo de todos os acontecimentos compreende todas as várias dimensões da existência subjetiva do teu eu. Não tens, portanto, que procurar nada nem desprezar nada. O que está diante de ti em cada momento é o que tens procurado, e não podes nem tens de lhe acrescentar nada para ele ser perfeito. Ao alcançar este estádio, o praticante de meditação torna-se compassivo para com todos os humanos e todos os outros seres. O seu caráter torna-se radioso, aberto, luminoso como a luz da Primavera. Apesar de poder manifestar emoções em prol dos outros, internamente a mente do praticante de meditação está constantemente serena e límpida como a água num lago de Outono. Tal pessoa pode ser considerada neste momento iluminada.

Segundo um ensinamento essencial do Zen, a porta interior está aberta a todos, homens e mulheres, velhos e novos, sábios e ignorantes, fortes e fracos, pessoas de todas as profissões, ofícios e origens, de qualquer religião e crença.
Todas estas palavras, no entanto, apenas falam do Zen, não são em si o Zen. A meditação Zen requer a tua determinação em aprenderes e a tua persistência em praticares. Falar do Zen sem o praticar só faz aumentar o conhecimento inútil e confuso da nossa já confusa mente. Não te é salutar alimentares-te apenas com imagens de comida.

(texto cortesia de Open Way Zen, traduzido por José Eduardo Reis)

Publicado originalmente aqui.

domingo, 24 de outubro de 2010

Ecologia no Budismo


Esta é a prática de enxergar profundamente, de tocar a realidade, e de viver totalmente consciente. Você enxerga e toca todas as coisas como uma experiência e não como uma noção. A noção de o homem ser mais importante que outras espécies é uma noção errada. Buda nos ensinou a ser cuidadosos com o nosso meio-ambiente. Ele sabia que, cuidando das árvores, estamos cuidando dos homens. Precisamos viver nosso dia-a-dia com esse tipo de consciência. Isto não é filosofia. Precisamos desesperadamente de total consciência para que nossos filhos e netos estejam a salvo. A idéia de que o homem pode fazer qualquer coisa que queira às custas dos elementos não-homem é uma noção ignorante.

Respire com profunda consciência de que você é um ser humano. Então expire e toque a Terra, um elemento não-homem, como se ela fosse a sua mãe. Visualize as correntes de água sob a superfície da Terra. Veja os minerais. Veja nossa Mãe Terra, a mãe de todos nós. Então levante seus braços e inspire novamente, tocando as árvores, flores, frutas, pássaros, esquilos, ar e céu – os elementos não-homem. Quando sua cabeça está tocando o ar, o sol, a lua, as galáxias, o cosmo – elementos não-homem que vêm juntos para tornar possível o homem – você vê que todos os elementos estão vindo para você a fim de tornar possível o seu ser.


Thich Nhat Hahn, Cultivando a Mente de Amor, tradução de Odete Lara, Editora Palas Athena, São Paulo, 2000

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quem é você hoje?


“A maioria de nós não se abre a maior parte do tempo, fingimos que somos pessoas abertas, mas na maioria das vezes estamos representando nosso próprio evento dramático, no qual somos o herói ou a heroína. É isso o que estamos fazendo a maior parte do tempo. Lá ficamos tão cansados que desistimos de fingir. Estamos cansados demais para sustentar o herói que pensamos ser ou o fracasso que pensamos ser, qualquer versão de nós mesmos que tenhamos adotado ― sou um fracasso, não faço o bastante, sou isso... ninguém me entende. Essas versões de nós mesmos não são muito úteis.”

(Leonard Cohen, sobre sua vida em um mosteiro zen)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Medicina começa despertar para meditação



Meditação reduz a ansiedade, o estresse e auxilia na cura de doenças

Pacientes do hospital da Unifesp estão aprendendo a estimular o cérebro através da meditação. Na UnB, uma pesquisa está avaliando os efeitos da meditação no cérebro de pacientes que tiveram câncer.

Fonte: Globo Repórter 08/10/2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Um eu eterno e absoluto?


Os budistas rejeitam a noção de um princípio eterno e imutável, e, além disso, argumentam que a concepção do eu como possuindo tais características é um constructo completamente metafísico, uma fabricação mental. Embora todos os seres tenham um senso inato de eu, o conceito de um eu eterno, imutável, unitário e autônomo está presente apenas na mente daqueles que pensaram no assunto. Entretanto, depois de sua própria investigação crítica, os budistas concluíram que o eu pode ser entendido apenas como um fenômeno temporário dependente dos agregados físicos e metais.

Somada à negação do conceito de um eu eterno e absoluto, o budismo também nega o senso ingênuo de um eu como mestre do corpo e da mente. O budismo ainda alega que não se pode encontrar qualquer eu além dos componentes físicos e mentais, isso exclui a possibilidade de um agente independente que os controle. Do ponto de vista budista, a concepção não-budista do eu como um princípio eterno e absoluto reforça o instinto ilusório e equivocado de se acreditar em um eu que controla nosso corpo e mente. Assim, todas as escolas budistas clássicas rejeitam o conceito de um princípio substancialmente real e eterno denominado "eu".

Dalai Lama. A essência do Sutra do Coração.

Extraído daqui.

sábado, 9 de outubro de 2010

Plena atenção


"Como conduzir o caminho para atingir este objetivo? Eis que a tarefa é difícil! As condições de hoje não são tão distanciadas do passado quanto a distância que separa o céu da terra. Como mesmo nos comparar aos mestres do passado? Porém, aplicando-nos sem medir nosso sofrimento, não há razão para não fazer tão bem e melhor que eles. Se isto não lhe parece evidente, é porque você ainda não clareou seu espírito. Seus pensamentos dispersos galopam como um cavalo selvagem e suas emoções pulam como um macaco de galho em galho. Porém, quando esses fogosos e dispersos pensamentos recuam e retornam sobre si mesmos, em apenas um instante, nossa natureza original toma forma e todas as coisas ficam iguais e em harmonia. É desta forma que giramos as coisas no lugar de sermos girados por elas.”

Mestre Dogen

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"A Roda da Vida como Caminho para a Lucidez"


Lançamento do novo livro do Lama Padma Samten. Capa dura. Ilustrações com as pinturas do Templo Caminho do Meio.

No seu mais recente livro, "A Roda da Vida como Caminho para a Lucidez" (160 pgs., Ed. Peirópolis), Lama Padma Samten oferece aos leitores de língua portuguesa um resumo de alguns dos pontos fundamentais do budismo. Com uma linguagem simples e bem-humorada, acompanhada de imagens ilustrativas, o autor descreve os doze passos da construção do sofrimento humano – representados na imagem da Roda da Vida – , assim como o método para alcançar a lucidez, ou seja, a liberação do sofrimento.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O zen na ação


"Antes da iluminação, cortar lenha, carregar água. Depois da iluminação; cortar lenha, levar água. Provérbio Zen.

Em meio ao caos do mundo moderno, há uma beleza em simplesmente fazer. É preciso encontrá-la.

Nós somos esbofeteados descontroladamente por e-mails, conversas, notícias, eventos, demandas, que estão acontecendo ao nosso redor a todo tempo. Nossas mentes se tornam um constante bombardeio de pensamentos aprisionados ao passado, preocupações do futuro, as distrações nos puxando em todas as direções.

Mas tudo isso se desfaz quando nos concentramos apenas em fazer.

Não importa, o que a fazer é: sentar, andar, escrever, ler, comer, meditar, pedalar, brincar, etc. Quando conseguimos estar totalmente absorvidos pela ação, nós deixamos cair as nossas preocupações e ansiedades, ciúmes e raiva, luto e distração.

Há algo profundo em que a simplicidade, algo que, em última análise seria com um coração feliz e uma respiração tranquila.

"Ao caminhar, simplesmente caminhe. Quando comer, simplesmente coma. Provérbio zen.

Você está no meio do seu dia hoje, e fica preso na tempestade de pensamentos, sentimentos, reuniões, pendências, frustrações deste dia.

Pause. Pausa. Respire. Deixe tudo isso desaparecer.

Agora mantenha o foco em fazer algo, agora mesmo. Basta escolher uma coisa, e apagar todas as outras distrações. Desligue o computador. Pare de ler este artigo (OK, leia mais um par de frases, em seguida, feche seu navegador!).

Deixe todos os pensamentos sobre qualquer coisa que não estejas fazendo desaparecer. Eles vão virão, mas com cuidado anote-os, e então deixá-los ir. E volte para cá, para este momento do fazer.

Se você estiver lavando um prato, faça-o lentamente, e sinta cada sensação. Se você está comendo uma fruta, sinta o gosto, senta as texturas, seja consciente da sua fome ou da falta dela. Se você estiver escrevendo algo, derrame seu coração, simplesmente sinta.

Não cogite. Apenas faça.

domingo, 3 de outubro de 2010

Encontrando a si mesma



Sinopse
Liz Gilbert (Julia Roberts) tinha tudo o que uma mulher moderna sonha em ter – um marido, uma casa, uma carreira bem-sucedida – ainda sim, como muitas outras pessoas, ela está perdida, infeliz, confusa e em busca do que ela realmente deseja na vida. Recentemente divorciada e num momento decisivo, Gilbert sai da ‘zona de conforto’, arriscando tudo para mudar sua vida, embarcando em uma jornada ao redor do mundo que se transforma em uma busca por si mesma. Em suas viagens, ela descobre o verdadeiro prazer da gastronomia na Itália; o poder da meditação na Índia, e, finalmente e inesperadamente, a paz interior e equilíbrio de um verdadeiro amor em Bali. Baseado no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, Comer, Rezar, Amar prova que existe mais de uma maneira de ver a vida e de viajar pelo mundo.

Comer, Rezar, Amar. Um título realmente apelativo para atrair grande a massa de leitores pelo mundo, já malucos pelo livro de mesmo nome.

No entanto, acredito que um título mais interessante seria Amar, Meditar, Comer, já que após assistir o filme temos a constatação óbvia de que a atriz principal mais pratica meditação sentada em lótus completo do que reza, mesmo que a maioria acredite se tratar da mesma coisa.

É claro que eu não li o livro e é claro que não vou ler. Lógico, você aí já está me criticando por isso. Mas bolas, será que não está na hora de parar com essa onda de best-sellers que parecem novelão da Globo e dar foco pra algo novo?

Veja bem, eu não estou criticando o livro Comer, Rezar, Amar, estou criticando esses “mais vendidos do momento”, essas auto-ajudas, essas coisas que abarrotam as estantes das livrarias e que todo mundo compra por impulso, por causa do título e da capa.

Dêem uma olhada nisso:

Liz é uma escritora que resolve tomar conta da sua vida e fazer um montão de coisas que gosta (viajar, conhecer, sentir e aprender) mesmo tendo de desistir de um casamento com um homem que a amava. Logo de cara, no primeiro capítulo, ela está ajoelhada, no chão do banheiro, no meio da madrugada e aos prantos pedindo uma luz, pois seu desespero é tanto que ela não consegue ver uma saída. É nesse momento que ela começa a rezar, espontaneamente, e o livro começa.

Isso não lembra uma novela? Um filme? É claro que lembra. É um clichê puro.

Mas o maior mérito do longa (e que longa, 2 horas e meia) é não ser direcionado apenas para as mulheres, ou melhor, para esse tipo de mulher que, após conseguir a independência, voltou-se para a casa e, mesmo assim, não consegue encontrar a felicidade. Ele mostra que esse comportamento, essa busca quase insana por algo exterior – trabalho, casamento, filhos, etc. – é inócua. “Comer, rezar, amar” é um filme amplo, leve, que vai fazer a alegria delas e, até mesmo, deles. Acredite.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Entre o céu e o inferno

É do alto dos 37 andares do edifício Copan que grupo de monges budistas busca o sossego


Assista o vídeo aqui!

É do alto dos 37 andares do edifício Copan, no centro de São Paulo, que esse grupo de monges zen-budistas busca o sossego. “Dali de cima você tem uma vista de 360o de prédios a perder de vista”, diz o monge Bruno Mitih, do templo Busshinji, no bairro da Liberdade. “Muita gente imagina que a meditação tem que ser feita em um lugar tranquilo. Mas, na nossa realidade, a verdadeira forma de praticar a meditação é com a cidade”, acrescenta. O retiro perto das nuvens acontece mensalmente há dois anos. Toda terceira sexta-feira do mês o grupo sobe ao heliporto do prédio às sete e meia da manhã e fica em silêncio por ali durante uma hora e meia. Um silêncio que a cidade insiste em interromper.

Fonte

sábado, 28 de agosto de 2010

VIDA ZEN: Zazen é sentar-se e sentir-se...



Partição de 10 min. do documentário sobre o Mosteiro Zen Luz Serena,gravado na Espanha com o mestre zen espanhol Dokusho Villalba.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

NÃO CRIE MAIS DOR NO PRESENTE


por Eckhart Tolle

Nenhuma vida é inteiramente isenta de dor e de desgosto. Não será preferível aprender a viver com eles do que tentar evitá-los?

A maior parte da dor humana é desnecessária. Cria-se a si própria enquanto for a mente inobservada a dirigir a sua vida.

A dor que você criar agora será sempre uma certa forma de não aceitação, uma certa forma de resistência inconsciente aquilo que é. Ao nível do pensamento, a resistência é uma certa forma de julgamento. Ao nível emocional, é uma certa forma de negatividade.

A intensidade da dor depende do grau de resistência ao momento presente, e essa resistência por seu lado depende de quão fortemente você estiver identificado com a sua mente. A mente procura sempre recusar o Agora e fugir a ele. Por outras palavras, quanto mais identificado você estiver com a sua mente, mais sofrerá. Ou poderá colocar a questão deste modo: quanto mais você honrar e aceitar o Agora, mais livre estará da dor, do sofrimento - e da mente egica.

Porque é que a mente recusa ou resiste habitualmente ao Agora? Porque ela não consegue funcionar nem permanecer no poder sem o tempo, que é passado e futuro e, por conseguinte, para ela o Agora representa uma ameaça. De fato, o tempo e a mente são inseparáveis.

Imagine a Terra desprovida de vida humana, habitada apenas por plantas c animais. Teria ela ainda um passado e um futuro? Poderíamos nós falar de tempo de maneira que fizesse sentido? As perguntas "Que horas são?" ou "Que dia é hoje?" - se houvesse quem as fizesse — não fariam qualquer sentido. O carvalho ou a águia ficariam estupefatos com tais perguntas. "Que horas são?" perguntariam. "Bem, é claro que é agora. Que mais poderia ser?"

Sim, é certo que precisamos da mente assim como do tempo para funcionarmos neste mundo, mas a certa altura eles tomam conta das nossas vidas, e é aí que a disfunção, a dor e o desgosto se instalam.

A mente, para garantir que permanece no poder, procura constantemente encobrir o momento presente com o passado e o futuro e, assim, ao mesmo tempo que a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, começam a ficar encobertos pelo tempo, também a sua verdadeira natureza começa a ficar encoberta pela mente.

Um fardo de tempo, cada vez mais pesado, tem vindo a acumular-se na mente humana. Todos os indivíduos sofrem sob esse fardo, mas também o tornam mais pesado a cada momento, sempre que ignoram ou recusam esse precioso Agora ou o reduzem a um meio para alcançarem um determinado momento futuro, o qual só existe na mente e nunca na atualidade. A acumulação de tempo na mente humana, coletiva e individual, contém igualmente uma enorme quantidade de dor residual que vem do passado.

Se quiser deixar de criar dor para si e para os outros, se quiser deixar de acrescentar mais dor ao resíduo da dor passada que continua a viver em si, então deixe de criar mais tempo, ou pelo menos crie apenas o tempo necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de criar tempo? Compreendendo profundamente que o momento presente é tudo o que você algum dia terá. Faça do Agora o foco principal da sua vida.

Atendendo a que antes você vivia no tempo e fazia curtas visitas ao Agora, estabeleça a sua morada no Agora e faça curtas visitas ao passado e ao futuro quando precisar de lidar com os aspectos práticos da sua situação de vida. Diga sempre "sim" ao momento presente. Que poderia ser mais fútil, mais insensato do que criar resistência interior a algo que já é? Que poderia ser mais insensato do que opor-se à própria vida, que é agora e sempre será agora? Submeta-se aquilo que é. Diga "sim" à vida - e verá como de repente a vida começará a trabalhar para si cm vez de contra si.

O momento presente é por vezes inaceitável, desagradável ou terrível. É aquilo que é. Observe como a mente classifica esse momento e como esse processo de classificação, esse permanente ditar de sentenças, cria dor e infelicidade. Ao observar os mecanismos da mente, você sai para fora dos seus padrões de resistência e então poderá permitir que o momento presente seja. Isso dar-lhe-á um vislumbre do estado interior livre de condições exteriores, do estado de verdadeira paz profunda. Depois veja o que acontece, e tome providências se for necessário ou possível.

Aceite - e depois atue. Seja o que for que o momento presente contenha, aceite-o como se fosse escolha sua. Trabalhe sempre com ele, não contra ele. Faça dele um amigo e um aliado, e não um inimigo. Milagrosamente, isso transformará toda a sua vida.

Eckhart Tolle nasceu na Alemanha, onde viveu até aos treze anos de idade. Depois de se licenciar pela Universidade de Londres, trabalhou como investigador e supervisor na Universidade de Cambridge. Aos vinte e nove anos, uma profunda transformação espiritual levou-o a mudar radicalmente a sua maneira de encarar e viver a sua vida. Nos anos que se seguiram, dedicou-se por inteiro a compreender melhor e viver mais profundamente esta transformação, que marcou o início de uma intensa jornada interior. Eckhart Tolle não está filiado a qualquer religião ou tradição espiritual. Através do seu ensino, tenta transmitir a mensagem profunda, simples e atemporal que os grandes mestres sempre tentaram transmitir: é possível acabar com o sofrimento e alcançar a paz através da meditação.

domingo, 8 de agosto de 2010

Aceitação - O início da transformação


A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos.

De verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos começar aceitando.

A aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.

É difícil aceitar uma perda material ou afetiva; uma dificuldade financeira;
uma doença; uma humilhação; uma traição.

Mas a aceitação é um ato de força interior, sabedoria e humildade, pois existem inúmeras situações que não estão sob o nosso controle.

As pessoas são como são, dificilmente mudam. Não podemos contar com isso. A única pessoa que podemos mudar, somos nós mesmos, portanto, se não houver aceitação, o que estaremos fazendo é insensato, é insano. Ser resistente, brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar, indignar-se, culpar, culpar-se são reações emocionais carregadas de raiva. Raiva do outro, raiva de si mesmo, raiva da vida. E a raiva destrói, desagrega.

A aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar.

Aceitar não é desistir, nem tão pouco resignar-se. Aceitar é estar lúcido do momento presente e se assim a vida se apresenta, assim deve ser. Tudo está coordenado pela Lei da ação e reação.

No instante em que aceitamos, desmaterializamos situações que foram criadas por nós, soluções surgem naturalmente através da intuição ou fatos trazem as respostas e as saídas para o problema.
Tudo é movimento. Nada é permanente.

A nossa tendência “natural” é resistir, não aceitar, combater tudo o que nos contraria e o que nos gera sofrimento. Dessa forma prolongamos a situação. Resistir só nos mantém presos dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.

Quando não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados,frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza, e esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades, nunca trazem solução.

Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos da confiança.

É fundamental entender que aceitar não significa desistir e seguir adiante com otimismo.

Ter muitos propósitos a serem atingidos é nossa atitude saudável diante da vida.
Aceitar se refere ao momento presente, ao agora.

No instante que você aceita, você se entrega ao que a vida quer-lhe oferecer. Novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.

Texto de Ana Cristina Pereira extraído daqui!

domingo, 18 de julho de 2010

A PASSAGEM DE NINAKAWA


Pouco antes de Ninakawa falecer,

o Mestre Zen Ikkyu visitou-o.

“Devo conduzi-lo adiante?”, perguntou Ikkyu.

Ninakawa respondeu:

“Vim só e partirei só.

Em que você poderia me auxiliar?”


I kkyu respondeu:

“Se você realmente pensa que veio e vai,

esta é a sua ilusão.

Deixe-me mostrar-lhe o caminho

no qual não há vir nem ir”.


Com estas palavras, o mestre Zen

Ikkyu revelou a verdade tão claramente

que Ninakawa sorriu e expirou.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Hanami - Cerejeiras em Flor

Hanami – Cerejeiras em Flor (KIRSCHBLÜTEN – HANAMI) - 2008 - Alemanha

Sinopse: Apenas Trudi sabe que seu marido Rudi está sofrendo de uma doença terminal e ela precisa decidir se vai contar a ele ou não. O médico sugere que eles façam algo juntos, como realizar um velho sonho. Trudi decide não contar ao marido sobre a gravidade de sua doença e aceita o conselho do médico. Ela há muito tempo gostaria de ir ao Japão, mas primeiramente convence Rudi a visitar seus filhos e netos em Berlim. Quando chega na cidade, o casal percebe que os filhos estão tão ocupados com suas próprias vidas que não têm tempo para sair com eles. Na segunda viagem que Rudi aceita fazer com a esposa para o litoral, ela morre repentinamente. Rudi fica devastado e não tem a menor ideia do que fazer. Através do contato com a amiga de sua filha, Rudi compreende que o amor de Trudi por ele havia feito com que ela deixasse de lado a vida que queria viver. Ele começa a vê-la com outros olhos e promete compensar sua vida perdida embarcando em uma última jornada, para o Japão, durante o festival das cerejeiras, uma celebração da beleza, da impermanência e de um novo começo.

Hanami - Cerejeiras em Flor, que é ambientado inicialmente na Alemanhã e, depois, no Japão, não é o tipo de filme frenético, com efeitos especiais etc, que se tem visto tanto por aí. Pelo contrário. O ritmo é lento, e é lentamente que vamos nos envolvendo com o mundo dos personagens, com essa magia que é capaz de surgir da tela mesmo quando o que está lá são apenas personagens "normais", tão comuns.

À primeira vista pode soar estranha a premissa de um filme alemão que aborda em sua essência a cultura japonesa. Porém, bastam alguns minutos para entender o porque da escolha da terra do sol nascente como pano de fundo para uma trama sensível e rica em simbolismos.

Nos cabe aproveitar o tempo que temos diante da tela, descobrindo esse mundo aos poucos, nos deliciando com os detalhes que o filme vai nos apresentando, que são sutis, que estão num olhar, num simples preparo de uma refeição, na arrumação de uma mala.

O enredo se desenvolve em meio a uma forma de compensar os sonhos que a esposa não pôde realizar, até que Rudi (o marido) parte em uma jornada em busca da essência de uma das formas de expressão que sua mulher mais admirava: o butô, uma dança típica oriental, encontro por meio do silêncio, das sombras. Nesta época, sua visita coincide com o período do Hanami, o festival das cerejeiras. Suas flores simbolizam a beleza, as mudanças e um novo começo.

Um filme sensível, que fala de amor, de efemeridade, de conflitos, sim, mas não se resume a nenhum desses elementos. O filme trata, principalmente, da distância da solidão e da falta de comunicação entre mundos – e do resgate desta, ainda que tardio.

E quase no final do filme, uma das cenas mais emocionantes que já vi, as lágrimas rolando silenciosamente pelo rosto, tentando não ser notada, tentando em vão. O filme vale a pena demais.

O filme é dirigido pela alemã Doris Dorrie, cineasta de sucesso, a mesma que produziu “Iluminação Garantida” a quase uma década atrás.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Meditação reduz o impacto emocional da dor


Dor menos desagradável

Pessoas que meditam regularmente têm uma sensação menos desagradável da dor porque seus cérebros antecipam menos a dor, o que diminui seu impacto emocional.

Depois de avaliar voluntários com vários graus de experiência com a meditação, de praticantes iniciantes até mestres com décadas de meditação, cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra, descobriram que os meditadores mais avançados alcançam um nível suficiente para sofrer menos com a dor.

"Os resultados do estudo confirmam nossa suspeita de que a meditação pode afetar o cérebro. A meditação treina o cérebro para ter mais foco no presente e, com isso, gasta menos tempo antecipando futuros eventos negativos. Pode ser por isso que a meditação é eficaz em reduzir a recorrência da depressão, que torna a dor crônica consideravelmente pior," explica o Dr. Brown.

Meditação vista pela ciência


"A meditação está se tornando cada vez mais popular como uma forma de tratar doenças crônicas, tais como a dor causada pela artrite," diz o Dr. Christopher Brown, que conduziu a pesquisa.

"Recentemente, uma instituição de caridade de saúde mental pediu que a meditação torne-se disponível rotineiramente [no sistema de saúde] para tratar a depressão, que ocorre em até 50% das pessoas com dor crônica. Entretanto, os cientistas só agora começam a analisar a forma como a meditação pode reduzir o impacto emocional da dor," conta ele.

O estudo, que será publicado na revista médica Pain, descobriu que determinadas áreas do cérebro ficam menos ativas quando os meditadores antecipam a dor que, durante o experimento, era induzida por um pequeno laser.

Aqueles com mais experiência de meditação - até 35 anos de prática - apresentaram a menor expectativa da dor, o que levou que relatassem uma menor intensidade dessa dor.

Como a meditação modifica o cérebro


O estudo também revelou que pessoas que meditam apresentam uma atividade incomum no córtex pré-frontal durante a antecipação da dor, uma região do cérebro conhecida por estar envolvida no controle da atenção e com os processos de pensamento quando a pessoa se depara com ameaças potenciais.

Os resultados deverão incentivar novas pesquisas sobre como o cérebro é modificado pela prática da meditação.

"Embora tenhamos descoberto que os meditadores antecipam menos a dor e acham a dor menos desagradável, não está claro como exatamente o tempo de meditação muda as funções cerebrais para produzir esses efeitos," conclui o pesquisador.

Fonte

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Conto Zen


Um monge aproximou-se de seu mestre – que se encontrava em meditação no pátio do templo à luz da Lua – com uma grande dúvida:

“Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os sutras e as recitações são feitas de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma está além dos conceitos e palavras, porque os termos são usados para defini-lo?”.

O velho mestre respondeu: “As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que aponta”.

O monge replicou: “Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?”

“Poderia”, confirmou o mestre, “e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a Lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio”.

“Então”, o monge perguntou, “Porque os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?”

“Porque”, completou o mestre, “da mesma forma que ver a Lua todas as noites faz com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário”.

O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então de súbito, simplesmente apontou para a Lua.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

domingo, 30 de maio de 2010

Tudo é criado pela mente


Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas pela mente e criadas pela mente.

Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que pensamos hoje é o que seremos amanhã: nossa vida é uma criação da nossa mente.

- Dhammapada

domingo, 23 de maio de 2010

Ciência e meditação


MEDITAÇÃO MELHORA O RACIOCÍNIO EM APENAS QUATRO DIAS DIZ ESTUDO

Trocando o cafezinho pela meditação

Ao longo do dia, a maioria das pessoas toma um cafezinho, um chimarrão, ou alguma outra bebida que ajuda a "acordar" e fazer o cérebro funcionar melhor.

Mas uma nova pesquisa, publicada na revista científica Consciousness and Cognition, sugere que uma pequena pausa para meditação pode fazer o mesmo efeito, deixando-nos mais "cognitivamente afiados" sem colocar o estômago em risco.

Meditar sem virar monge


Embora várias pesquisas anteriores, utilizando neuroimagens cerebrais, tenham demonstrado que as técnicas de meditação podem promover mudanças significativas nas áreas do cérebro associadas com a concentração, é comum assumir que a meditação exige um treinamento contínuo e uma dedicação intensiva para alcançar esses efeitos.

Isso faz a maioria das pessoas desistirem antes de começar. Apesar de todos quererem aumentar suas capacidades cognitivas, acredita-se que a meditação exige uma disciplina monástica ou o tempo e o dinheiro que a maioria das pessoas não dispõe.

Surpreendentemente, todos os benefícios da meditação poderão ser alcançados sem essa trabalheira toda.

Mudando a mente pela meditação


Estudando uma técnica de meditação conhecida como meditação da mente alerta, os cientistas descobriram que os participantes no treinamento de meditação apresentaram uma melhoria significativa nas suas habilidades cognitivas críticas depois de apenas 4 dias de treinamento, em sessões diárias de 20 minutos.

Embora isso soe quase como um anúncio de algum produto "milagroso" para perder peso, a pesquisa realizada na Escola de Medicina da Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos, sugere que a mente pode ser treinada no aspecto cognitivo de forma mais fácil do que a maioria das pessoas assume.

"Nos resultados dos testes comportamentais, nós estamos verificando algo que é comparável aos resultados que foram documentados depois de treinamentos muito mais longos," disse Fadel Zeidan, coordenador da pesquisa.

"Falando sinceramente, as melhorias profundas que nós verificamos depois de apenas 4 dias de treinamento de meditação são realmente surpreendentes," disse Zeidan. "Isso parece mostrar que a mente é, na verdade, muito fácil de mudar e facilmente influenciável, especialmente pela meditação."

Fonte: Diário da Saúde

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Treinamento Zen para policiais



O treinamento zen budista para PMs aconteceu no Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, ES.

O programa Cidades e Soluções destacou um projeto inovador, que tem o objetivo de trabalhar o relacionamento interpessoal e o equilíbrio emocional de policiais militares do Espírito Santo. É o treinamento zen budista para PMs, que acontece no Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, ES. São alguns dias de mudança radical na rotina dos policiais, que no mosteiro podem conviver com o silêncio e atividades como meditação, tai chi chuan, cerâmica e ikebana.

- Conheça o Mosteiro Zen Morro da Vargem, que desenvolve o pioneiro projeto de treinamento de policiais militares.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mosteiro Zen da Vargem no programa Cidades e Soluções

Equilíbrio emocional, trabalho em equipe, sensibilidade. Características importantes para quem carrega a responsabilidade de garantir a segurança da população, mas que nem sempre são valorizadas e estimuladas. O Cidades e Soluções vai mostrar, no Espírito Santo, o treinamento zen budista para policiais militares. O repórter Bruno Faustino acompanhou a estadia de um pelotão da PM no Mosteiro Zen Budista Morro da Vargem, e conta o que viu por lá.

mosteiro3

Passar 24 horas ao lado dos monges não foi uma novidade apenas para os policiais. Confesso que a nova experiência também valeu para a nossa equipe (eu e o cinegrafista Fabrício Christ).

Tudo é muito novo: os hábitos, os costumes… A diferença deixa a gente até acanhado. Em muitas das conversas com o monge Daiju Bitti me peguei pensando: “Como falar, o que falar, como agir”. Aos poucos fomos nos acostumando.

mosteiro4

O principal problema foi deixar o calçado arrumado na porta para entrar em qualquer lugar. Que o monge feche os olhos, mas, sinceramente, tenho que dizer que esqueci uma vez de tirar o tênis, mas voltei correndo e corrigi meu erro. E as curiosidades no mosteiro seguem adiante. Vocês vão ver no programa o banho dos policiais em um ofurô, com água bem quente… O que vocês não sabem é que a nossa equipe de reportagem precisou tomar banho no mesmo horário, já que depois não é permitido. Agora, imagine tomar banho durante uma matéria???? E dormir às 21h30??? Esse é o horário do toque do silêncio. As luzes se apagam e todos (todos mesmo) precisam ir para os quartos. Se eles (policiais) foram dormir ou não eu não sei, mas estavam (todos) trancados no quarto.

Acordar às 4h também não foi nada fácil. Esse é o horário dos monges e foi o nosso também. A turma da PM teve uma “colher de chá”: acordou às 5h40. Enfim… Assim como para os policiais, para nós a experiência foi muito válida e gratificante. Espero poder voltar mais vezes a esse paraíso (sem exageros)!!!

Por Bruno Faustino, repórter da TV Gazeta – Vitória, ES.

O Cidades e Soluções mostra o treinamento zen budista para policiais na próxima quarta-feira, às 23h30